Recordações II

A Madre Cip. , para além de professora de Físico-Químicas e de Desenho, ensinava-nos Trabalhos Artísticos. Mas o que recordo mais dela é a sua habilidade para contar histórias. Nas noites de chuva, em que não podíamos ir para o recreio, antes de ir dormir, sentava-se no meio das meninas da quarta divisão e contava-nos um bocado do livro que andava a ler. Ficávamos presas ao que ela dizia e não descansávamos, nas noites seguintes, enquanto não contava mais um pouco da história. Era uma espécie de Sherazade, parando sempre num momento culminante... Já agora, lembro-me de que foi graças a ela que tenho uma letra "bonita". Obrigava-me a fazer cópias em cadernos de duas linhas, e só ficou satisfeita quando, ao fim de uns dez cadernos, fui capaz de escrever como deve ser. E a letra ficou tão boa que, já mulher, era sempre requisitada para fazer as pautas (sim, que eu fui professora) do liceu, porque ninguém fazia tão bem como eu. E tudo graças ao empenho da Madre Cip.

2 comentários:

fugidia 1 de junho de 2007 às 00:23  

:-)
A madre deve estar feliz, neste momento!

Luar 3 de junho de 2007 às 13:56  

Estas recordações estão muito giras. Continua :-)
Kiss kiss

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