No Laboratório de Física e Química

O Laboratório de Física e Química do Colégio era numa espécie de anexo, junto a um dos portões. Não teria muitos aparelhos, mas acho que tinha os mais importantes para o estudo da disciplina, que, naquele tempo, era muito teórica. Estávamos no 5º ano (Actual 9º) e a nossa professora, a Madre Cip., levou-nos para o laboratório a fim de fazer uma demonstração química qualquer. Não me lembro de qual, só retive o episódio. Estávamos nós muito bem, em roda da mesa e a Madre a explicar tudo o que estava a fazer (as meninas não mexiam em nada, só olhavam), quando começou a sentir-se um cheiro nauseabundo e, logo a seguir, o laboratório ficou cheio de fumo. Não pensámos duas vezes. Saltámos as janelas (acho que eram duas) e fomos para o parque, esquecendo a Madre lá dentro. Mas ela não se atrapalhou. Pôs um lenço no nariz e na boca, abriu a porta e foi para junto de nós. O fumo, fruto de alguma reacção química, desapareceu pouco depois. Só ficou o cheiro. Não voltámos para a aula, e fomos dispensadas até à próxima. É claro que aproveitámos para passear entre os jacarandás e mais ninguém soube do sucedido. A Madre não voltou a levar-nos para o laboratório. Ficou tudo na teoria...

6 comentários:

fugidia 27 de maio de 2007 às 17:17  

Acho quue o título do "post" deveria ter sido "Recordações II"...
Já em fase de balanço e recordações?! Com tanto ainda para viver e depois recordar?!?!
Hum, juízinho...
:-) :-) :-)

Sol e Lua 28 de maio de 2007 às 15:43  

Sabes, Fugidia, estou a fazer aquilo que, na Judiciária (será?) chamam "Para Memória Futura"... Eu quero que os meus netos, um dia, possam saber que a Avó foi criança e adolescente como eles. Não conheci a minha avó materna, só conheci a avó paterna tinha eu 17 anos e apenas convivi com ela nas férias grandes, durante cinco anos. Quero que os meus netos pensem em mim com alguém de carne e osso, com virtude (poucas) e defeitos (muitos. Quanto às recordações, é bom recordar...

Sol e Lua 28 de maio de 2007 às 15:45  

Queria dizer "como alguém"...

fugidia 28 de maio de 2007 às 23:44  

:-)
Sol e Lua, eu não sou o esquilo que anda à cata de bolachas....
;-)

Muito bem, fica então para "memória futura"...!
:-) :-) :-)

Luar 30 de maio de 2007 às 23:02  

Isso é que eram aulas hein! ;-)
A ideia das recordações é boa. Mas não é só para os netos. Os filhos também aproveitam e relembram/descobrem as histórias de vida dos seus pais. Continua, estou a gostar de ler :-)
Bjs.
(ah, e as virtudes são bem mais que os defeitos… não sejas tão “severa” contigo própria!)

Anonymous 5 de junho de 2007 às 22:18  

Acho muito bonito isso de querer que os netos a conheçam como alguém de carne e osso. Eu, por exemplo, lamento sempre não ter tido uma avó amiga. A avó materna faleceu eu teria uns cinco anos e não me lembro dela. A avó paterna vivia connosco na nossa casa e a relação dela com a minha mãe era uma típica relação sogra/nora, sendo que a minha mãe sempre foi uma pessoa muito submissa pelo que a sogra tinha muito ascendente sobre tudo naquela casa.
Hoje, passados cerca de sete anos após a morte da minha avó paterna, devo dizer que acho que ela, enfim, gostava de nós e ajudou a criar-nos, mas era muito má e incapaz de um carinho. E disto sentimos sempre a falta...

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