Parecer-se com a mãe

Estive a folhear uma revista e parei na página que tinha um título sugestivo: "Estou a parecer-me com a minha mãe?", mais ou menos isto, porque não tenho a revista presente. Comecei a ler e cheguei à conclusão de que, realmente, me estou a parecer com a minha mãe, não só no físico como na maneira de ver certas coisas. Não acho que seja mau parecermo-nos com a nossa mãe, sobretudo se ela foi uma pessoa sensata e honesta. É claro que há diferenças: ela pertenceu a uma época em que as mulheres não tinham direitos. (Lembro-me de, em 1960, ela ter de pedir ao meu Pai uma autorização para ir a Madrid comigo e com a minha Tia, enquanto que eu, com 23 anos, não precisei de autorização nenhuma...). Fui habituada a ser independente. E essa independência custou-me certos problemas quando casei, porque o marido, embora se dissesse muito liberal, pensava à moda antiga. Com jeito fui compondo a minha vida, de modo a gozar dessa independência. Neste momento, já não posso falar assim, pois, agora, é ele que depende de mim, devido a doença, e lá se foi a independência. Mas voltado à mãe. Foi com ela que aprendi a fazer bolos, a bordar, a passajar, a lavar e a passar a ferro, tudo "prendas" de uma menina, mas, ao mesmo tempo, foi ela quem me incutiu o vício da leitura, e me mandou aprender pintura e piano. Foi ela quem lutou para que eu tirasse um curso (coisa que os meus quatro irmãos não fizeram), para não ter de depender de ninguém. Não me importo nada se disserem que estou a parecer-me com a minha Mãe. Ainda bem que estou.

2 comentários:

Luar 20 de maio de 2007 às 23:40  

A nossa mãe é sempre um exemplo. Quer concordemos ou não com algumas coisas/atitudes/modos de pensar que ela tenha. Quer digamos... quando fôr eu nunca vou fazer igual (tantas vezes o fazemos). Quer tentemos (ou não) "separar-nos" desse "registo" maternal. Mãe é sempre mãe. E faz sempre parte de nós como nós dela. Se te estás a tornar como a tua mãe, isso é principalmente um orgulho, pois ela foi uma mulher extraordinária, que nos deixou a todos uma saudade imensa. Quanto a mim, só espero herdar todas as qualidades fantásticas que possuis, pois nunca terei menos que orgulho se for parecida contigo nas tuas virtudes.
Um beijo enorme
:-)))

fugidia 21 de maio de 2007 às 00:26  

Que dizer?
Parabéns às duas!

Eu não sei bem com quem me pareço.
Mas queria parecer-me com a parte de mim que mais está apagada.

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