Foi há 30 anos!


Boa Páscoa!

Desejo a quem aqui vem uma Santa Páscoa e muita saúde!

Santo Natal

A todas/os os leitores/as deste blogue, desejo um Santo Natal e muitas felicidades no Novo Ano!

Voltar a ensinar

No terceiro ano de frequência da Academia dos Sábios (vulgo universidade para a terceira idade), convenceram-me a dar aulas, ao mesmo tempo que continuava a ser aluna (Desenvolvimento do Auto-conhecimento e Psicologia 3). Pensei muito, porque me reformei há quinze anos e já não me sentia com vontade de preparar aulas. Porém, o "bichinho" continuava cá dentro, só que adormecido. E acabei por dizer que sim. Dou aulas de Literatura Inglesa e estou a gostar muito. Para além dos muitos livros que possuo, a internet é um grande auxiliar, e até descubro coisas que já estavam esquecidas (fiz o curso nos anos cinquenta)! Tem sido um prazer pesquisar, preparar as folhas que dou às "alunas" e a um "aluno", contar as histórias, e, sobretudo, relembrar! Sinto-me viva ao fazê-lo!
Não há testes, não há exercícios, só o prazer de falar de assuntos que sempre me fascinaram e continuam a fascinar. Ainda bem que me convidaram, porque fico mais enriquecidae mais ocupada!
 

A MARIA ALICE

Hoje fui surpreendida pela notícia: a Maria Alice faleceu com 92 anos.
Desde que me lembro, a minha vida esteve ligada à Maria Alice. Era filha do intendente de N.R., tinha três irmãs, mas eu, pequenita, gostava muito dela. A Maria Alice era professora, dava aulas em casa a meia dúzia de alunos. Fez do ensino a carreira da sua vida, mas não foi só aquela que ensinava. Foi, sobretudo, uma espécie de mãe para os seus alunos, brancos, pretos e mulatos, que ensinava com amor a serem Homens e Mulheres com letra grande.
Foi a Maria Alice quem me ensinou a ler, a escrever e a contar. Tinha eu uns quatro anos, vivia fascinada com a garrafa do vinho Gatão, porque o rótulo tinha um gato com uma garrafa debaixo do braço, que tinha um rótulo com um gato... Um dia, no escritório do meu Pai, deram-me uma folha de papel, a que chamavam papel de seda, e um lápis. Fui logo copiar por cima o rótulo da garrafa, com o gato e a garrafa e as letras. Calhou, nessa tarde, ir com a minha Mãe a casa do intendente, e eu levei o papel, que logo mostrei à Maria Alice com ar triunfante: "Vês? Já sei escrever!". Ela achou piada e pediu á minha Mãe que me deixasse ir lá a casa todas as tardes para me ensinar. E ensinou-me a ler, a escrever e a fazer contas de somar e subtrair.
Depois fomos viver em N.L. e entrei na escola aos sete anos, porque era essa a idade obrigatória no meu tempo. Aborreci-me imenso, pois já sabia aquilo que os outros estavam a aprender. Só quando a professora ensinou as contas de multiplicar e de dividir é que comecei a achar a escola mais interessante. Voltámos para N.R. três anos depois, e eu fui estudar com a Maria Alice. Tive de ir a Luanda fazer o exame de admissão ao liceu e, juntamente com outra moça, tive a nota mais alta em toda Angola. Isto é para mostrar a boa professora que ela era.
Fui estudar em Luanda, Sá da Bandeira e depois em Lisboa para a faculdade. Quando regressei a Angola, soube que a Maria Alice tinha criado o Colégio de Santa Teresinha, onde os rapazes e raparigas estudavam até ao quinto ano. Mas eu tinha sido colocada em Luanda e para lá fui. Dei apenas três aulas e rescindi o contrato, por razões que não vale a pena contar aqui. Regressei a N.R. e a Maria Alice logo me convidou para ensinar no colégio. Nesse ano (foi só o terceiro período) ensinei de tudo menos Física e Matemática. Acompanhei os mesmos alunos do terceiro ao quinto ano e lembro-me deles com saudade. Aqueles anos que passei no colégio foram muito enriquecedores sob todos os aspetos e a Maria Alice ajudou-me imenso. Muito do que fui, como professora, aprendi com ela. A Maria Alice foi uma grande senhora e imagino que, quando chegou ao céu, começou logo a fazer projectos para abrir um colégio para os anjinhos e os querubins!
Obrigada, minha querida Maria Alice!
 
 

Um Pouco de Nostalgia


Hoje, ao resolver uma sopa de letras, dei por mim a pensar que fui (sou) privilegiada por ter tido uma infância despreocupada e feliz. Os meus pais não eram ricos, mas sempre cultivaram em todos nós o gosto pela leitura quer de livros quer de revistas. Não havia televisão, nem consolas, nem… tanta coisa que prende os miúdos de hoje, mas que os afasta dos livros e do encantamento que é seguir as aventuras dos heróis.

A minha sopa de letras era sobre as personagens de Walt Disney. Lá estavam os nomes do Mickey e da Minnie, do Donaldo, do Horácio e da Clarabela, do Pateta e do Pluto, de todos aqueles bonecos que enchiam o meu imaginário. Devo confessar que ainda hoje, já sénior, ainda gosto deles e, se apanhar uma história em que entrem, lá me perco a ler.

Durante o tempo em que estive interna no colégio todos me chamavam a Mickey, até as madres! Tudo porque eu tinha um apara-lápis, que era o ratinho, e que andava sempre de cabeça de fora do bolso da minha bata.

As minhas filhas cresceram a gostar dos bonecos, e eu comprava-lhes as revistas. Agora não as encontro em parte alguma. As minhas netas preferem o computador e tudo o que isso engloba. A internet é um mundo fascinante, mas também tem muito lixo!

Gosto de andar na net e aprecio a facilidade de comunicação que me oferece. Ainda leio muito e creio que não terei tempo de acabar os livros que vou comprando…

Desculpem, mas, na minha idade, ainda me é permitido ter um pouco de nostalgia!

 
P.S. Todas as manhãs faço palavras cruzadas, sopas de letras e outros puzzles, todos em inglês, para manter a cabeça a funcionar.

O QUE ANDEI A FAZER

Janeiro e Fevereiro foram meses que, por via de uma artrose no joelho direito, me obrigaram a ficar em repouso e a andar de canadiana. E o mês de Março também, por força do tempo, me obrigou a ficar mais em casa. Como não sou de "capinar sentada", (como diz uma amiga), dediquei-me aos bordados. Resolvi começar a fazer prendas de Natal, para depois não ter de andar a correr. Bordei sete almofadas mas tive de interromper por causa das alergias às lãs. Recomeço em Outubro...
Foi a minha amiga F.M. quem descobriu este ponto de bordado nas suas andanças pela internet. Ela está a bordar uma colcha, mas eu não me aventurei a tanto. Fiquei pelas almofadas, que são mais rápidas e não cansam tanto. O bordado chama-se Bargello ou florentino e faz-se com lãs, embora apareçam imagens de colchas feitas com tiras de tecido. O efeito é bonito e gosto de tentar coisas novas. (Chama-se Bargello porque o descobriram em cadeiras no palácio Bargello, em Florença, e daí o nome de Bargello ou florentino - as coisas que aprendo na internet!)
Aqui vos deixo as fotos das que considero mais bonitas.





Bordam-se rapidamente. Em geral, bordava uma por semana. Espero que gostem.




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