Quando Acaba o Amor?

Quando acaba o Amor? Será que existe Amor quando dizemos que estamos apaixonados e que Fulano/a é o/a homem/mulher da nossa vida? Não será, antes, uma atracção física e que, quando se esgota, deixamos de ter amor? Quem tem razão: os casais que enfrentam as dificuldades juntos, e que olham na mesma direcção, ou os casais que estão "tão apaixonados" e que, à primeira dificuldade, acham que mais vale ir cada um para seu lado? E pensarão eles nos filhos, quando existem, e que serão os mais prejudicados? Pensarão eles que os filhos, quando existem, ficarão divididos nos seus afectos? E a restante família que foi e já não é? E não poderão pensar civilizadamente, em vez de se ferirem à mais pequena contrariedade? E qual é a vantagem de se magoarem e dizerem coisas que, depois de ditas, já não se podem retirar? E haverá necessidade disso? Um casamento não é um mar de rosas. Tem dias bons e dias maus, como tudo na vida. Dizia Michel Quoist: "Amar não é olhar um para o outro, é olharem os dois na mesma direcção". E o que é feito das juras de amor, do "Amar-te-ei até ao fim da vida", do "sem ti não sei o que faria", do "para o melhor e para o pior, até que a morte nos separe"? Já nada tem valor nesta vida? Só vale o "eu e só eu", e que "tudo o mais vá pr'o inferno"?
Perguntar-me-ão a que propósito vem tudo isto. Vem a propósito de ver uma criança a chorar e a perguntar se a culpa é dela porque os pais não se entendem. Vem a propósito de saber que um rapazinho tentou suicidar-se porque os pais se estavam a separar. Vem a propósito de achar que as crianças não têm culpa, nunca têm a culpa, e sentem o mundo desabar sobre as suas costas. Vem a propósito de achar que os inocentes é que sofrem mais, nem Deus sabe porquê.

2 comentários:

Luna 1 de dezembro de 2007 às 19:05  

Os inocentes são sempre os que mais sofrem. Talvez porque de tanto querermos pensar no "melhor para eles" nos esquecemos de nós e, ao não estarmos bem, fazemos-lhes mal na mesma (às vezes pior).
Quanto ao amor... amor para toda a vida não existe. Nunca duvidei disso. Porque se o amor não for cultivado e "regado" como uma planta, acaba por morrer e deixar de ter sentido. Porque mesmo uma planta, quando já arvore adulta, se deixar de ser tratado, acaba sempre por morrer. Por isso, o "amor" é uma "tarefa" para toda a vida.
Tenho pena dos "inocentes". Mas eles, melhor ou pior, têm de crescer e viver com as dificuldades da vida. A questão é se sabemos ajudá-los a ultrapassá-las. E não estando bem connosco próprios, é dificil.
Um beijo

Aurora 14 de dezembro de 2007 às 21:58  

A solução não é descartar o parceiro quando não se está "bem consigo próprio" (e assobiar para o lado quanto aos problemas - gravíssimos - dos filhos). A solução é passar a estar bem consigo próprio (começando, por exemplo, por não agir como se fosse o cento do universo). Quem não consegue "estar bem consigo próprio" não deve casar, pois o seu suposto amor é um amor por si próprio. Apenas se mantém enquanto se "está bem consigo próprio". Em vez de se projectar para o outro a quem jurámos amar.

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