Livros outra vez...

O livro "Cidade dos Sinos", depois de algumas peripécias, como todos os romances de amor, acaba bem, com o clássico "e foram felizes para sempre". Para uma garota adolescente era o máximo. Mas o livro marcou-me na medida em que me levou a procurar saber mais sobre o poeta e a apaixonar-me pelos seus poemas. Outro livro, que marcou a minha pre-adolescência foi "Os Sonhos de Kathy" (em inglês "What Kathy Did". É a história de seis irmãos, orfãos de mãe, que vivem com o pai, médico, e uma tia que procura ajudar. Kathy é a mais velha, pouco preocupada com os irmãos e muito senhora do seu nariz. Desobedecendo às ordens do pai, vai andar no baloiço, que o pai estava a instalar e que ainda não estava pronto, a corda rebenta e Kathy acorda no quarto, cheia de dores, e descobre, para seu horror, que não poderá andar. A transformação que se opera na vida e no temperamento da rapariga é notável. Depois da morte da tia, chama a si o governo da casa, sentada na cadeira de rodas, e torna-se o centro da vida dos irmãos mais novos e do próprio pai. Por fim, consegue voltar a andar. Há um outro livro, sequela do primeiro, que nunca consegui encontrar. São leituras levezinhas, próprias de adolescentes, mas que as meninas de agora não apreciam, seduzidas pela televisão, os chats da internet, os namoros, as discotecas, os i-pods e os telemóveis. No meu tempo não havia nada disto, e por isso lia tanto. Os tempos são outros, dirão. É verdade, os tempos são outros e os interesses mudaram. No entanto, não há nada como um bom livro para me fazer esquecer tudo o que me rodeia, mesmo que o cenário seja uma casa antiga de Inglaterra, ou as pradarias da América, ou, ainda, a casa já um pouco velha das "Mulherzinhas". Neste livro da Kathy, ela tem uma conversa com o pai, (quando ainda andava), porque não era capaz de assumir os seus erros e deitava as culpas para os outros. A espécie de provérbio que o pai lhe diz, ainda hoje norteia a minha vida particular. É assim:
Por causa de um cravo, perdeu-se uma ferradura.
Por causa de uma ferradura, perdeu-se um cavalo.
Por causa de um cavalo, perdeu-se um cavaleiro.
Por causa de um cavaleiro, perdeu-se a batalha.
Por causa de uma batalha, perdeu-se uma guerra.
Por causa de uma guerra, perdeu-se o reino.
E tudo por causa de um cravo.

E por aqui me fico hoje.

3 comentários:

Aurora 14 de dezembro de 2007 às 21:52  

É uma pena a forma como os jovens de hoje ocupam o tempo! Se ao menos fossem mais felizes! Mas não são. É que não são mesmo.

fugidia 14 de dezembro de 2007 às 22:59  

E eu adoro a katty!
Adorei ler o livro! Ainda o tenho na prateleira mais próxima do meu braço estendido, quando me encontro sentada à secretária!
:-)

luna 19 de dezembro de 2007 às 16:57  

Malvado cravo ;)
Tb adoro ler. O problema é que ultimamente quando caio na cama (que é a minha altura de eleição para ler) estou tão cansada que adormeço logo. A ver se com o novo ano, isto melhora :-)
Um beijo

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