VIAGEM A MYANMAR 3

2 de Novembro – Depois do pequeno almoço (5 da manhã!) fomos para o aeroporto, e seguimos para Mandalay, onde chegámos às 8,30h. Do aeroporto seguimos de autocarro para Ava. Cercada de rios e canais, Ava ou Inwa serviu de capital do reino birmanês durante cerca de 400 anos, mas que agora apenas atrai turistas. Andámos a pé pela povoação, formada por casotas de bambú entrançado, só com buracos a fazer de janelas, pedras a fazer de fogão, e poças de água suja, onde lavam os utensílios de cozinha e a roupa.


Os homens vestem calças e camisas à ocidental, ou a saia comprida, também chamada longhy. Nos pés usam chinelas género havaianas, e .as mulheres usam a saia comprida com uma blusa solta. São as mulheres que fazem os trabalhos das estradas em reparação, supervisionadas por um ou dois homens. São elas que partem a pedra e a colocam na terra. Pode ser que sim, que os homens também trabalhem, mas só vi mulheres a trabalhar nas estradas, com chapéus de bambú, lembrando-me um pouco as mulheres alentejanas, com as devidas distâncias.

Ao longo do rio, vimos um mosteiro que não visitámos. Mas a paisagem era linda...


A Chaw Chaw anunciou que íamos dar um passeio de caleche. Já rodeados de rapazes e raparigas, que pretendiam vender-nos postais, colares, pulseiras, etc., dirigimo-nos para a fila das "caleches".

Duas pessoas por carroça, em bancos de madeira bem duros, e numa estrada cheia de buracos, que nos faziam saltar e bater com a cabeça no tecto, e com os condutores a fazer corridas uns com os outros. A nossa carroça foi a última a partir, e, após a primeira paragem, já íamos no meio, e acabámos entre as três primeiras.

Assim que partimos, os rapazes e raparigas saltaram para bicicletas e seguiam as carroças, tentando vender os seus produtos.

A primeira paragem foi numa “fábrica” (que não passava de um telheiro) de paredes e telhados de bambú, cortado à mão. Os entrançados fazem desenhos geométricos bastante originais.


Em seguida seguimos por uma estrada (diria caminho) enlameada e ainda mais esburacada até ao mosteiro Bagaya Kyaung, todo em teca.
Todo o mosteiro é suportado por 267 postes de teca. O maior mede 60 pés de altura e 9 pés de diâmetro. Lá dentro, uma semi obscuridade deixa-nos mais frescos depois do calor abrasador lá fora. Encontramos as imagens do Buda...


...e também vimos alguns noviços a aprender com o mestre.

O mestre está sentado num banco baixo e os discípulos estão deitados no chão, a escrever nos cadernos. Mas também havia dois gaiatos, sentados numa carteira.



Os dois arrulhavam entre si, indiferentes aos turistas que os fotografavam. O da camisa vermelha olhou para a máquina, mas logo desviou o olhar para continuar a brincar com o outro.

Trepámos para as carroças para voltar pelo mesmo caminho, sempre perseguidos pelas bicicletas, e fomos visitar Nanmyin, uma torre de vigia, - a torre inclinada de Inwa -, resto de um antigo palácio. A parte superior foi destruída pelo terramoto de 1838 e o resto ficou inclinado numa posição um pouco periclitante.


Depois, ainda nas carroças, fomos visitar um mosteiro em tijolo, o Maha Aungmye Bonzan.


Este mosteiro, ao contrário dos que eram construídos em madeira e se deterioravam com os elementos ou eram destruídos por incêndios, foi construído em tijolo e pedra, o que lhe garantiu longa vida. Foi destruído pelo terramoto de 1838, mas uma das esposas do rei Midon  mandou que o restaurassem.

O almoço foi num restaurante agradável, com as mesas arranjadas de maneira original.



Tenho de parar por aqui, pois o post já vai longo. Foi um dia muito comprido e parecia não ter fim. Reparem que ainda estamos no almoço... (continua)


3 comentários:

Anónimo 2 de dezembro de 2010 às 10:12  

Estou a adorar :-)
Espero ansiosa a continuação ;-)

Lina Arroja (GJ) 3 de dezembro de 2010 às 19:36  

Fotografias óptimas. A viagem deve ter sido fantástica. Aguardo a continuação.:-)

Luísa A. 5 de dezembro de 2010 às 16:07  

Dreamer, estou a adorar a viagem,... aqui das almofadas muito macias do meu sofá. Mas o programa parece-me intensivíssimo! Julguei que madrugavam para fugir ao calor do meio-dia, e afinal... :-)))

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