A I. FAZ HOJE ANOS


Era uma bébé linda, toda rosadinha. Das minhas três filhas, foi a que levou mais tempo a nascer. Eram sete horas da manhã, quando tive o sinal de parto. O Zé ficou frenético, embora fosse o oitavo filho. Lavou-se a correr, comeu, e meteu-me no carro, eram oito e meia. Hora de ponta, segunda circular cheia de carros. Na saída para o Campo Grande, estava tudo entupido. O Zé tirou o lenço do bolso e começou a buzinar. Aproximou-se um polícia de mota, a querer saber o que se passava. Percebeu, logo que olhou para mim, do que se tratava. Mas tinha muita pena, não podia fazer nada, a não ser que tivessemos asas. Assim que os carros recomeçaram a andar, colocou-se à nossa frente e ligou a sirene, acompanhando-nos até ao Saldanha. Dali seguimos para a Maternidade Alfredo da Costa.


Dei entrada, e mandaram-me para a sala de espera. O Zé tinha de estar num Congresso e eu disse-lhe que fosse e telefonasse de vez em quando para saber. Enquanto esperava, aconteceu uma coisa no mínimo estranha: um taxista entrou a correr, dizendo que tinha uma mulher no carro, prestes a dar à luz, e não queria o carro todo sujo. Saíram com uma maca e colocaram nela a mulher, que teve a criança ali mesmo na sala de espera, à frente de toda a gente. Ralharam com ela por ter ficado até tão tarde em casa, e lá a levaram para dentro. Pouco depois, chamaram-me e levaram-me para uma sala com quatro camas e ali me deixaram até às três da tarde, sem comer nem beber, aconselhando-me a fazer a respiração de “cãozinho”. De repente, entrou uma enfermeira, olhou para a minha ficha, aos pés da cama, e disse: “Ainda aqui está? É uma multípara!”

Dali segui para uma sala de partos, assistida por uma parteira e um médico. Às quatro horas estava cá fora uma menina linda, rosadinha, e pouco depois seguimos para a enfermaria, depois de me darem uma canja. O Zé soube da novidade pouco depois e, no trabalho que tinha de apresentar no congresso, a primeira coisa que disse foi que era pai de uma menina acabadinha de nascer.

Quando nos casámos, combinámos que quem daria o nome aos rapazes seria ele, e às raparigas seria eu. É verdade que escolhi o nome das três, mas o Zé fez questão de contribuir para o nome delas. E desta vez, porque a baby dava muitos pontapés, convenceu-se de que era rapaz. Assim, achava que deveria ser José. Quando soube que seria menina, manteve a sua vontade e a I. chamou-se I. José...

A minha baby cresceu, sempre bem disposta, tornou-se menina, depois adolescente, tirou um curso e foi trabalhar para fora. Mais tarde casou, tem um marido que é mais meu filho do que genro, e só lhe desejo as maiores felicidades para o futuro. Hoje, especialmente hoje, continua a ser a minha baby rosadinha, rechonchuda, alegre e malandreca!



4 comentários:

Anónimo 19 de maio de 2010 às 10:33  

=)
=)
=)

Lina Arroja (GJ) 19 de maio de 2010 às 20:56  

Parabéns à mãe, à I. José e à família. ;)

Dreamer 19 de maio de 2010 às 23:01  

Obrigada pelos parabéns, que vou remeter à I. José.

Teresa Santos 28 de maio de 2010 às 16:49  

Embora com um atraso significativo, aqui fica um abraço de Parabéns para a I. José e para a Mãe, claro!

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