Acontece

Pensamos sempre que nunca nos vai acontecer, que só acontece aos outros, e, um dia, acontece mesmo connosco. Vem isto a propósito de ontem à tarde, quando estava sozinha em casa, me ter sentido mal. Lá vem uma isquémia, pensei. E fui fazer o que me foi aconselhado depois da primeira: deitar-me. Estava no computador, a trocar mensagens com uma filha. Não a quis assustar e desculpei-me, dizendo que tinha de ir fazer outra coisa. Deitei-me. A dor, desta vez, era muito forte. Levantei-me e fui à janela apanhar ar. O maxilar começou a prender e parecia ter o peso de uma tonelada no peito. Telefonei para um familiar, por sinal cardiologista. Ninguèm atendeu. Já em pânico, lembrei-me da neurologista do marido e telefonei para o consultório. A empregada da recepção disse que sim, que a doutora estava lá, mas a dar uma consulta. Que telefonasse mais tarde. Quase gritei: Estou a ter uma isquémia. A senhora percebeu, mandou-me esperar um pouco, pediu o número do telefone, que a doutora já me falava. Desliguei, agarrada ao telefone. A dor continuava, forte, forte. A médica telefonou. Perguntou-me o que tinha em casa. Só tenho o medicamento para a tensão. Tem aspirina 100? Não, mas tenho da outra. Tome o medicamento e metade de uma aspirina e telefone daqui por meia hora. Quase a gritar com a dor, fui tomar os medicamentos. Tinha medido a tensão. estava a 174 - 93.
Deitei-me outra vez. A dor foi diminuindo pouco a pouco, devagar, muito devagarinho. Meia hora depois, já estava com a respiração normal. Telefonei à médica a agradecer. "O que diz o seu cardiologista?" Não tenho. "E o seu médico de família?" Também não tenho, nunca tive. "Vou passar-lhe um medicamento para pôr debaixo da língua, quando isso acontecer, e vou pedir um electrocardiograma. Deixo na recepção". Mais uma vez, obrigada.
Não contactei com ninguém, nem disse nada ao marido, quando chegou. Fiz mal. Já mandei fazer uma chave para dar às filhas. E vou fazer os exames, para ver o que se passa com a "máquina".
Só à noite contei o que se tinha passado. Foi um susto grande. Já tive outras isquémias, mas foram rápidas. Esta foi uma espécie de aviso.

5 comentários:

luna 9 de janeiro de 2008 às 09:27  

Isso é que foi um susto. Os sustos são para ser levados a sério. E principalmente avisar a família!!!

Bj e as melhoras

fugidia 9 de janeiro de 2008 às 22:28  

Tsss, tsss, tsss...
(melhor nem dizer nada!)

JUÍZO, pede-se, sff!
Beijo.

Otelo 10 de janeiro de 2008 às 21:50  

Votos de melhoras e cumprimento integral das ordens do médico.
Um beijo muito especial.
E já agora, ponha-se fina para um bom ano.

Sol e Lua 14 de janeiro de 2008 às 18:09  

Obrigada pelo cuidado.
Retribuo os votos de um bom ano, Otelo.

Aurora 21 de janeiro de 2008 às 19:18  

Um beijinho.

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