Hoje, ao ler a revista da APPI (Associação Portuguesa de Professores de Inglês), encontrei um artigo da Isabel. Foi minha aluna, (e boa aluna), e, há alguns anos, é minha colega. Ensina numa escola dos arredores de Lisboa e está sempre bem disposta. Ao ler o seu artigo, fiquei de boca aberta. A Isabel recebeu a notícia da sua escolha para participar num curso de formação de professores em Norwich, no Reino Unido, (em 2009) no mesmo dia em que soube que tinha um cancro; que tinha de ser operada e fazer quimio- e radioterapia. Acabou por decidir ir e fazer o curso, depois de ser operada e já ter começado a fazer a quimioterapia. Isto foi o que li.
Telefonei à Isabel, com quem estive em 2009 e não me apercebi de nada. Ela, que continua a chamar-me "professora", ficou comovida com a chamada. Quem estava comovida era eu, com a força que ela me transmitiu. Disse estar melhor, embora ainda em tratamento, para evitar metásteses. Foi ela quem me deu força e me fez envergonhar de me lamentar às vezes. Continua a ensinar, como se não houvesse nada, e tem
sete turmas! E eu, que me queixo de estar cansada depois de estar três horas a arrumar livros!...
E ainda me deu um conselho: "Quando se sentir triste e abatida, arrume gavetas, mesmo que estejam arrumadas!" Bem hajas, Isabel! As tuas melhoras e a continuação dessa força incrível!
6 comentários:
A vida é realmente um contínuo teste às nossas resistência e coragem, Dreamer. Espero que tudo corra bem à Isabel. :-)
A coragem da Isabel é louvável. Aprendemos a relativizar com exemplos como o dela.
p.s. - distraí-me sim, Dreamer. ;-)
Obrigada pela Isabel. É notável a maneira como fala da sua doença, como se fosse uma coisa banal continuar a trabalhar e dar aulas a SETE turmas!
Com o cancro aprendemos a controlar o medo e a contornar de forma natural o que anteriormente nos parecia árduo.
Um abraço à Isabel.
As coisas REALMENTE sérias que nos acontecem na vida, principalmente no que respeita à saúde, nossa ou dos que nos estão mais próximos (que dizer de uma doença grave de um filho?!) endurecem-nos mas, ao mesmo tempo, como que nos mostram o outro lado da vida. Temos a vida e o seu contrário. Aprendemos a vê-la/vivê-la de outro modo, a apreciar as coisas como elas devem ser apreciadas, a saber valorizar e desvalorizar de uma forma mais sábia.
Para a Isabel, votos de que tudo corra bem.
Dreamer,
Peço-lhe desculpa por esta intromissão mas como vi dar-me os parabêns no cantinho da GJ, queria mandar-lhe um beijo.
Li logo o exemplo da sua amiga Isabel. É de uma grande alegria na esperança e isso ajuda imenso.
Quem passa por "elas" vai conseguindo superar as situações ou com "truques" como arrumar gavetas, ou com uma palavra de animo que nos transmitem ou até mesmo com um simples gesto.
Só lhe digo:que isto tudo está muito bem feito está!
Beijo
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