Há dois anos, no dia 15 de Março de 2008, fui acordada às oito da manhã por um telefonema. Nunca gostei de ouvir o telefone logo de manhã ou ao fim da noite. Sei que vai acontecer qualquer coisa desagradável. E era: pediam-me que fosse ao hospital falar com a enfermeira X, e que não fosse sozinha. Percebi logo. O Zé, internado há quinze dias, tinha morrido, precisamente às 00.05h. Mas responderam que não podiam dar essa informação pelo telefone... Tinha de lá ir. Há certas burocracias que não entendo!
O Zé partiu e deixou-me só. Tenho duas filhas e um genro admiráveis, que me dão todo o apoio e me enchem de mimos, procurando saber, todos os dias, como estou. Mas o Zé faz-me muita falta. Releio os poemas que escreveu para mim, ao longo de 40 anos, embora nos últimos anos já os não escrevesse devido à sua doença. Revejo as fotos que tirámos juntos, dos nossos passeios semanais, e das nossas viagens ao estrangeiro. E relembro a sua fina ironia, quando fazia comentários ao nome das terras por onde passávamos, as suas brincadeiras, e o imenso amor e carinho que me dedicava...
Ficou isto tudo, e tudo isto é imenso. Mas o Zé não está comigo...
Paciência, tolerância, confiança
Há 9 anos
2 comentários:
Está em tudo aquilo que colocou no monte para guardar. O resto está dentro de si, Dreamer.
Um abraço.
Obrigada, GJ!
Enviar um comentário