Há quatro anos

Há quatro anos fui acordada por um telefonema do hospital. Pediam-me que fosse lá, mas não  podiam dizer o motivo. Adivinhei logo. O Zé tinha morrido. Passei o dia numa espécie de torpor: tratei do funeral com a filha mais velha, que me levou para casa dela e foi, com a irmã, tratar do resto. Fiquei sentada na sala, a fazer os telefonemas para a família e os amigos. Não sei o que se passa com as outras pessoas, mas eu fiquei como que anestesiada, como se aquilo não estivesse a acontecer.
Hoje, quatro anos depois, já consigo aceitar a ideia de que o Zé realmente nos deixou, mas ainda me sinto perdida quando tento recordar o que se passou naquele dia. Está tudo envolto numa espécie de névoa, e ando às apalpadelas à procura... nem sei de quê!

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