A I. e o KURISKO

O Kurisko veio para nossa casa como presente para a S. por ter acabado o ciclo preparatório. Ela preferia um gato mas, como sofria de asma, pensámos que o cão seria melhor.
Quem não gostou da ideia foi a I. Habituada a ter todos os mimos, (tinha 4 anos), viu-se um pouco de parte, pois todos nós, incluindo a Avó, dávamos mais atenção ao canito, que tinha apenas dois meses e procurava instalar-se na casa. A I. amuou e retirou-se para um canto. Foi preciso explicar-lhe que o cão não lhe tirava o lugar, etc., etc.. Não ficou muito convencida, mas foi-se acostumando ao bicho e até lhe fazia festas. Nesse mesmo ano fomos de férias para a praia e levámos o cão. Qual não foi a nossa surpresa quando descobrimos que a I. procurava imitar o Kurisko em tudo. É o que mostra esta foto, muito embora mal tirada. Estão os dois sentados, de língua fora...

HÁ GENTE, HÁ ROSTOS

No sábado passado fui, com outras colegas, até Fazendas de Almeirim, onde decorreu uma almoço de confraternização de antigos alunos do liceu e da escola comercial e industrial do Lobito, Angola. Estavam cerca de quinhentas pessoas, entre antigos alunos e professores, e a organização foi excelente. Antes do almoço, pediram a todos os professores que se juntassem para as fotografias da praxe, e o orador de serviço explicou que era uma pequena homenagem a todos aqueles que tinham contribuído para a sua formação, literária e de carácter. Depois, cada um dos professores recebeu um pequeno ramo com uma rosa amarela e gipsofila e folhas verdes. Esta pequena homénagem comoveu-me muito. Uma das professoras, minha colega desde o antigo quarto ano do liceu, pediu para ler uma passagem de um livrinho, que trazia com ela. Gostei tanto que a copiei e transcrevo aqui, sem qualquer outro comentário. Pertence a José António Pinheiro Teixeira.

"Há gente que não é o que parece.
Há gente que parece o que não é.
Há gente que não parece o que é.
Mas há rostos que não enganam: emitem a autenticidade,
a alegria, a espontaneidade, a simplicidade.
Há rostos que sabem a alma e respiram o bem.
Há rostos que trazem confiança.
São os rostos dos amigos.
Passaram há pouco por aqui.
Moram, todos os dias, em mim.
Obrigado."

Do Livro "Depois de tudo perder, não perca a Esperança"

A I. FAZ HOJE ANOS


Era uma bébé linda, toda rosadinha. Das minhas três filhas, foi a que levou mais tempo a nascer. Eram sete horas da manhã, quando tive o sinal de parto. O Zé ficou frenético, embora fosse o oitavo filho. Lavou-se a correr, comeu, e meteu-me no carro, eram oito e meia. Hora de ponta, segunda circular cheia de carros. Na saída para o Campo Grande, estava tudo entupido. O Zé tirou o lenço do bolso e começou a buzinar. Aproximou-se um polícia de mota, a querer saber o que se passava. Percebeu, logo que olhou para mim, do que se tratava. Mas tinha muita pena, não podia fazer nada, a não ser que tivessemos asas. Assim que os carros recomeçaram a andar, colocou-se à nossa frente e ligou a sirene, acompanhando-nos até ao Saldanha. Dali seguimos para a Maternidade Alfredo da Costa.


Dei entrada, e mandaram-me para a sala de espera. O Zé tinha de estar num Congresso e eu disse-lhe que fosse e telefonasse de vez em quando para saber. Enquanto esperava, aconteceu uma coisa no mínimo estranha: um taxista entrou a correr, dizendo que tinha uma mulher no carro, prestes a dar à luz, e não queria o carro todo sujo. Saíram com uma maca e colocaram nela a mulher, que teve a criança ali mesmo na sala de espera, à frente de toda a gente. Ralharam com ela por ter ficado até tão tarde em casa, e lá a levaram para dentro. Pouco depois, chamaram-me e levaram-me para uma sala com quatro camas e ali me deixaram até às três da tarde, sem comer nem beber, aconselhando-me a fazer a respiração de “cãozinho”. De repente, entrou uma enfermeira, olhou para a minha ficha, aos pés da cama, e disse: “Ainda aqui está? É uma multípara!”

Dali segui para uma sala de partos, assistida por uma parteira e um médico. Às quatro horas estava cá fora uma menina linda, rosadinha, e pouco depois seguimos para a enfermaria, depois de me darem uma canja. O Zé soube da novidade pouco depois e, no trabalho que tinha de apresentar no congresso, a primeira coisa que disse foi que era pai de uma menina acabadinha de nascer.

Quando nos casámos, combinámos que quem daria o nome aos rapazes seria ele, e às raparigas seria eu. É verdade que escolhi o nome das três, mas o Zé fez questão de contribuir para o nome delas. E desta vez, porque a baby dava muitos pontapés, convenceu-se de que era rapaz. Assim, achava que deveria ser José. Quando soube que seria menina, manteve a sua vontade e a I. chamou-se I. José...

A minha baby cresceu, sempre bem disposta, tornou-se menina, depois adolescente, tirou um curso e foi trabalhar para fora. Mais tarde casou, tem um marido que é mais meu filho do que genro, e só lhe desejo as maiores felicidades para o futuro. Hoje, especialmente hoje, continua a ser a minha baby rosadinha, rechonchuda, alegre e malandreca!



A PAREDE DO MEU CORREDOR




A minha casa foi toda remodelada. Para uma parede  do corredor, onde está o telefone, fiz dois quadros e a I. colocou-os na parede ontem à tarde. Junto do telefone, colocou um objecto que me ofereceram e que condiz com as cores dos quadros. Penso que ficou bem e dá mais vida ao corredor. Além disso, lembra-me a terra onde nasci.
Gostam?

DIA DA MÃE

Quando eu era miúda, o dia da Mãe comemorava-se no dia 8 de Dezembro. Nas aulas de lavores, faziam-se bordados para uma exposição, que os pais visitavam para apreciar os trabalhos dos rebentos. Depois, mudaram a festa para o primeiro domingo de Maio. Tal como no Natal, na Páscoa e no dia do Pai as lojas procuram fazer negócio e transformaram estas datas em mercantilismo.
Ainda hoje guardo os presentinhos que as minhas filhas me ofereciam no dia da Mãe: uma concha pintada, uma moldura feita em cartolina com o retrato da menina, e muitos postais feitos por elas, com dedicatórias que me comovem sempre.
O dia da Mãe é todos os dias, com o amor e carinho que os filhos nos dão e que nós lhes damos!

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