Foi há 27 anos



Há 27 anos a S. partiu e deixou um vazio no meu peito, que nunca mais se encheu.
Só uma mãe, que passou pela mesma aflição, pode entender o que digo.
Fica a saudade da minha menina com quase 13 anos.
Tenho a certeza de que é mais um anjo que vela por nós.

OS PARADOXOS DESTE MUNDO

Em cada criança, o mundo recomeça do zero
Margaret Drummond

“Pensa-se que, actualmente, se poderiam salvar vinte mil crianças todos os dias. A tecnologia da sobrevivência das crianças é simples, eficaz e pouco onerosa, e os programas que se lhe referem permitem tirar o máximo partido dos recursos e das populações locais. A Unicef considera o desenvolvimento destes programas uma ‘revolução’”.
Unicef

“A má nutrição é, simultaneamentre, a causa e o efeito de doenças, que matam, diariamente, quarenta mil crianças nos países em desenvolvimento. Deixar morrer quarenta mil crianças todos os dias é indigno de um mundo que conseguiu todos os meios para evitar estas tragédias.”
Unicef


“Se um número tão grande de crianças fosse vítima de uma guerra ou um tremor de terra, a emoção seria enorme. Todavia, é sem pestanejar que deixemos morrer de subnutrição o mesmo número de crianças.”
Unicef


“Seis biliões de dólares por ano – tal é a soma que seria necessária, segundo as Nações Unidas, para a eliminação dos piores aspectos da fome no mundo. Esta soma pode parecer considerável, mas representa apenas uma centésima parte do investimento anual do sector mundial do armamento.”
Unicef


“Há comida que chegue para toda a gente, mas nem todos têm o suficiente para comer. Muitos dos alimentos produzidos pelos pobres vão alimentar os animais, que irão ser comidos pelos ricos. Imensas terras de países em via de desenvolvimento produzem sementeiras que vão enriquecer o mundo industrializado. Existir a fome não significa haver falta de alimentos – significa, isso sim, haver falta de justiça.”
IOCU
Organização Internacional das Uniões de Consumidores

Veneza

A propósito de um post visto num blog, recordei-me da minha visita a Veneza quando era finalista da faculdade. Não foi considerada viagem de fim de curso, como agora se faz. Aconteceu que a faculdade tinha uns dinheiros que perderia se os não gastasse e o nosso catedrático resolveu proporcionar uma viagem a uns quantos alunos. Éramos dois rapazes e seis raparigas, acompanhados por uma alemã que veio a Lisboa fazer o curso de português para estrangeiros e que regressou à Alemanha a fim de preparar as coisas para voltar como leitora de alemão.
Foi uma viagem de 33 dias, em que ela nos acompanhou até Frankfurt, onde estava o nosso catedrático, regressado de Goa, para nos acompanhar dali até Lisboa.

A nossa viagem começou de combóio até San Sebastian, onde passámos o dia, e, ao fim da tarde, apanhámos outro combóio, que nos levou a Verona, pelos Pirinéus, Côte d' Azur e Milão. Dormimos em Verona e fomos visitar a casa de Julieta, onde existe uma janela de balcão, relativamente baixa para o Romeu trepar até lá acima. Fiquei com a impressão de que a casa, porque corrrespondia à ideia que o povo tinha sobre ela, se tornou ponto obrigatório de visita, dizendo-se que pertencia à família dos Capuleto, pois ninguém nos mostrou a casa dos Montecchio. À tarde, partimos, novamente de combóio, para Veneza e chegámos ao pôr-do-sol.

Estávamos nós à espera do vaporetto, quando um grupo de soldados se colocou atrás de nós dizendo piropos. Ninguém no grupo falava ítaliano, embora soubéssemos algumas palavras, como gelatti Motta, prego, grazie tante e arriverdeci. Os soldados não se calavam. A certa altura, ouvi perfeitamente non capiscan nadie. Já farta de os ouvir, virei-me para trás e disse: Si, si, capisco! Os soldados olharam para mim, surpreendidos, e retiraram para longe de nós.

De vaporetto chegámos à Praça e levámos as malas para um hotel engraçado, ligeiramente barroco, mas confortável. Ao jantar, passou-se uma cena engraçada, que nunca mais esqueci.

A nossa acompanhante alemã tinha sido contratada para nos fazer desenvolver a conversação em alemão, mas o que ela queria era aprender português, pois sabia que voltava a Lisboa. Ora ela não tinha percebido os plurais de -ão. Foi a uma das mesas e perguntou o que estávamos a comer. Uma de nós disse que eram feijões. Foi a outra mesa e disse: Os feijões estar muito bons. Logo outra se espantou: Feijões? Não. São feijãos! Perplexa, dirigiu-se a outra mesa:
Os feijãos estar muito bons. Foi corrigida de novo: Não se diz feijãos. É feijães. Completamente baralhada, evitou empregar palavras terminadas em -ão.

No dia seguinte, fomos, então até à Praça, visitámos a Basílica e subimos ao campanário.A vista é deslumbrante lá de cima! Andámos de gôndola, visitámos Murano. O nosso romantismo considerou a Ponte dos Suspiros o máximo, embora nos dissessem que eram os suspiros dos condenados. Enfim, andámos a pé por onde nos apeteceu e terminámos na Praça de S. Marcos.

Já ao cair da noite, regressámos de vaporetto à estação de caminho de ferro, e apanhámos o combóio para a Áustria. Mais tarde, falarei dessa parte da viagem.


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