Os Bonecos da S. (2)

A S. foi ver o filme "ET". Sensível como era, fartou-se de chorar com os problemas do E.T. e não
descansou enquanto não comprou o boneco. Não era como o de uma amiguinha, em que o dedo se iluminava, mas ela tinha muito orgulho no seu boneco. Apesar de o considerar feio, sempre tive grande ternura por este boneco e esteve sempre ao lado do hipopótamo precedente. Depois de um ano de remodelação na casa, encontrei-os, e decidi que vão ter lugar de honra na nova decoração.
Sempre fui apaixonada por ficção científica, e espero que a S. tenha encontrado muitos estra-terrestres, talvez algum como o E.T. ...

Os Bonecos da S.


Angola - véspera de Natal de 1974.

A S. (5 anos) doente com sarampo. Muito calor. O Pai vai vê-la ao quarto e pergunta-lhe o que quer para o sapatinho. "Um hipopótamo azul", é a resposta.
São horas de almoçar, e o Pai não aparece. Comemos todos, e ele sem chegar. Começo a ficar preocupada. Não há telemóveis...
Perto das três, chega cansado, suado, mas feliz. Andou por toda a cidade à procura de um hipópotamo azul e... conseguiu!
Na hora da distribuição dos presentes, a garota fica radiante com o boneco tão arduamente conseguido. Andou sempre com ela, de Angola para a África do Sul, dali para Lisboa, e, quando ela morreu (12 anos) ficou em cima de uma estante como recordação de um capricho infantil e do esforço e satisfação do Pai. Já estão os dois lá em cima, a velar por nós, e, certamente, a sorrir com esta história.
Aqui fica o retrato do hipópotamo que, afinal, é fêmea, como se pode ver pelo chapéu de flores...

I Have a Dream





Todos temos sonhos. Quero deixar aqui os meus sonhos, de criança a mulher, de filha a avó, de cidadã a senior, nem sempre responsável, mas sempre consciente, à espera de um mundo em que todos sejamos irmãos!

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