Quatro seniores em Londres IV

Já não tínhamos passe de autocarro e metro, por isso fomos a pé, devagarinho, até ao Museu Britânico. Tiradas as fotos da praxe, com o Museu eu fundo, encontrámos a pedra da Rosetta em lugar de destaque. Entrámos na zona do Egipto e dali para a Grécia, e Parténon. Estava um grande grupo de miúdos de uma escola a desenhar o que viam, alguns deitados no chão e outros sentados nos bancos. As professoras andavam de um lado para o outro aconselhando, ajudando... Alguns miúdos tinham bastante habilidade. Depois de vermos esta zona, a amiga senior resolveu que tinha de comprar uma bengala em Londres e pediu-me que a acompanhasse para fazer a compra. Era mais importante a compra do que o Museu... Lá fomos os quatro, devagarinho, até ao James Smith & Son. Depois de muito ver e comparar, acabou por comprar uma bengala que se dobra toda e fica com 20 cms. Fomos para a "nossa" praça e acabámos por almoçar numa Pizza Hut. Mais umas compras de última hora e fomos para a recepção, já com as malas, esperar a carrinha do transfer. Foi mais uma hora até ao aeroporto. Check-in, passagem na inspecção, e lá nos sentámos à espera da indicação da porta de embarque. Desta vez foi tudo a horas e lá nos sentámos nos nossos lugares à espera da partida. Tudo normal até à hora da refeição. Um hospedeiro de bordo dá-me o jantar e diz sorridente: "Não é a... ?" - "Sou," respondi, reconhecendo a cara mas não me lembrando do nome dele. "Eu sou o namorado da vossa neta R." É claro que eu sabia que a R. Tem um namorado, que trabalha na TAP, mas não tinha ligado muito. O moço foi amoroso, preocupando-se connosco e com o nosso bem-estar. E assim chegámos a Lisboa. Para mim, é sempre um deslumbramento esta cidade vista do ar, seja de dia ou de noite! Desembarcados, encontrámos logo as nossas duas malas, mas o saco da amiga não aparecia. Lá fomos à Groundforce mas o saco, finalmente apareceu. Voltámos para casa e garanto que dormi quatro horas seguidas, o que não é meu hábito. Valeu a pena? Acho que sim. Voltei à cidade dos meus encantos (defeito profissional...) e contribuí para que os amigos conhecessem uma cidade onde não iriam por não falarem inglês. Já dizia o Fernando Pessoa que "tudo vale a pena se a alma não é pequena" e a nossa é de uma imensidade nunca sonhada!

Quatro seniores em Londres III

Depois do pequeno almoço, fomos apanhar um autocarro na direcção de Westminster e decidimos visitar a Abadia, pois havia um preço especial para seniores. Assim um pouco à vol d'oiseau lá vimos a cadeira da coroação (Sabiam que a pedra de Scone foi devolvida à Escócia, com a promessa de ser emprestada para a próxima coroação?), a capela de Henrique VII (é uma maravilha!), o túmulo de Isabel I, o Canto dos Poetas, onde os seniores homens aproveitaram para descansar um pouco, passámos pelos claustros, vimos o túmulo do Soldado Desconhecido e o túmulo de Winston Churchill, e saímos, tendo de passar, obrigatoriamente, pela loja. Como ainda era cedo, entrámos num autocarro que ia a caminho da catedral de S. Paulo. Não visitámos porque o outro casal não mostrou interesse, e acabámos numa loja italiana que vendia as pastas em copos pequenos, médios e grandes. Comprei pollo al pesto e estava muito bom. Dali apanhámos outro autocarro e fomos até à Gare de Liverpool, passando pelo Banco de Inglaterra. Apanhámos outro autocarro, que nos levou à estação de Vitória, dali fomos num outro até Marble Arch, e aqui apanhámos outro para Oxford Street, onde descemos no Selfridges. Aproveitei para ir à secção da tecnologia e procurar uma coisa que estava prometida. Não havia, mas o empregado, que me atendeu, recomendou-me que fosse à HMV no quarteirão seguinte. Lá fomos, entrámos e fui atendida por um empregado português. Havia o que eu queria e ainda bem. Seguimos devagarinho pelo passeio até à paragem do autocarro sete, que vai direito á Russell Square. Eram cinco horas, e os seniores foram ao hotel para se refrescarem, mas decidiram que devíamos aproveitar o passe e sair novamente. E saímos, apanhando o sete até ao terminus. Mas esquecemo-nos de que era a hora de ponta e estivemos parados numa fila de autocarros durante mais de meia hora. Ainda assim, foi bom ver a cidade de noite, o movimento e o bulício. À medida que nos aproximávamos do término, as ruas estavam cada vez mais desertas e confesso que tive um pouco de receio. Para complicar, o autocarro em que estávamos não voltava à Russell Square. Tivemos de descer, atravessar a rua e esperar o seguinte, que ia mesmo para o nosso destino. Chegámos por volta das nove horas. Estava muito frio. A outra senhora, mesmo à porta do hotel, não viu um pequeno desnível e estatelou-se ao comprido. Pensámos que tinha partido um pé, mas conseguimos ajudá-la a levantar-se e entrámos na recepção. Imediatamente apareceu um empregado filipino, que disse ter o segundo ano de fisioterapia e começou a massajar o tornozelo, de tal maneira que, minutos depois, a amiga se pôs em pé e foi até ao quarto, embora amparada. Depois de tirar as meias, o filipino voltou a massajar o tornozelo, aplicou uma pomada e uma ligadura. A nossa amiga ficou melhor e passou bem a noite. Jantei às dez e fui para a cama estafada!

Quatro Seniores em Londres II

Depois de uma noite descansada, saímos os quatro para a rua. Já tínhamos os bilhetes para o Original Tour, por isso descemos um pouco a rua e entrámos no autocarro, subindo para o primeiro andar e sentámo-nos mesmo à frente. A linha azul passou à frente do Museu Britânico, e seguiu por Charing Cross, Picadilly Circus, Hard Rock Café, Monumento a Wwellington, Kensington, Memorial do Príncipe Alberto, Albert Hall, Cromwell Road com os Museus (História natural, Ciência, Vitória e Alberto), Harrods, Knightsbridge, Hyde Park Corner, Picadilly. Aqui, apanhámos a linha vermelha. Como estava a chuviscar, ficámos no andar debaixo. Seguimos por Trafalgar Square, Casas do Parlamento, ponte de Lambeth ,e, pela outra margem do Tamisa, até à Ponte de Waterloo. Passámos, novamente, para a outra margem e seguimos pela Fleet Street, Catedral de S. Paulo, Ponte de Londres para a outra margem, a fim de vermos a recosntituição do Teatro Globo, de Shakespeare, e fomos para a Ponte da Torre. Descemos junto da Torre de Londres e fomos procurar alguma coisa para comer. depois de reconfortar o estômago, resolvemos visitar a Torre. Ao pedir 4 bilhetes de seniores, a senhora disse ser portuguesa (ouviu-nos falar...) e ficou contente por encontrar conterrãneos. Entrámos e tirámos fotografias com um dos guardas, vimos uma mudança de guarda, e fomos ver as jóias da coroa. Passámos por outras torres (para quem não sabe, a Torre de Londres é um conjunto de várias torres, que foram sendo acrescentadas por vários monarcas), fomos ver os corvos, e dirigimo-nos para o cais de embarque. Fizemos a viagem da torre até ao Embankment. E vimos os tabuleiros da Ponte da Torre abrir para deixar passar um barco e depois a fecharem lentamente.No Embankment apanhámos outra vez a linha vermelha e seguimos pelas Casas do Parlamento, estátua de Wiunston Churchill, Abadia de Westminster, ao longo dos muros do Palácio de Buckinham, estação de Vitória, Monumentoi de Wellington, Hyde Park, Speakers' Corner, Marble Arch, Baker Street e Madame Tussaud, descendo depois para Oxsford Street. Quando perguntei ao motorista se podíamos apanhar a linha azul, respondeu-me que essa linha acabava ás cinco, e já passava das seis. Aconselhou-me a ir de metro. Coitados dos seniores mais velhos! Na estação de Holborn tínhamos de mudar de linha. Andámos quilómetros (é exagero!) por corredores infindáveis, escadas rolantes, mais corredores, até apanharmos o combóio que nos levou a Russell Square, e lá fomos para o hotel bem cansados, mas contentes.
Para quem foi por tão pouco tempo, ficaram com uma visão global da cidade. Até amanhã. :-)

Quatro seniores em Londres

Aeroporto às seis da matina. Quatro seniores ensonados à espera da partida, que teve dez minutos de atraso, coisa pouca para uma velocidade de cruzeiro de não sei quantos quilómetros por hora. Hospedeiras muito prestáveis e atenciosas. Chegada a Heathrow com uma vista soberba sobre Londres. Bagagens encontradas e saímos à procura do motorista da Iberojet que nos levou ao hotel. Surprise, surprise, o motorista era português! No hotel, dão-nos as chaves dos quartos e lá vamos nós instalar-nos. Vamos almoçar à Pizza Hut. Já reconfortados, vamos à descoberta. O metro é quase à porta do hotel, duzentos metros, mais ou menos. Começa a aventura para o casal amigo. Vamos até Trafalgar Square para verem a coluna de Nelson e andamos um pouco a pé até ao Arco do Almirantado. Virados para a oeste, vê-se o Palácio de Buckingham ao fundo. Os velhotes estão cansados, e apanhamos um autocarro que nos leva numa viagem longa até Hampstead West, sentados no andar superior do autocarro. É uma maneira de conhecer a cidade sem muito cansaço. Chegados ao fim, saímos e vamos apanhar outro autocarro de volta para o centro e acabamos por sair depois da Westminster Bridge. É bom, porque assim podem admirar o London Eye, as Casas do Parlamento e a estátua de Boudica, essa mulher guerreira que desafiou os romanos e lutou contra eles até à morte. Os seniores estão cansados. Vamos de metro até ao hotel. E vamos descansar para o quarto, onde podemos ver o jogo do Porto contra o Liverpool. Amanhã há mais.

Londres

Londres é uma cidade que sempre me fascinou. Há quem prefira Paris, mas Londres, para mim, é uma coisa fascinante. A primeira vez que fui a Londres foi em 1959 para estudar na Sala de Leitura do Museu Britânico e preparar a minha tese de licenciatura. Para além de passar as manhãs a estudar, ao princípio da tarde ia a uma escola tirar um curso de Literatura Inglesa Moderna, e voltava para o Museu. Mas, nos fins de semana, aproveitava para visitar tudo o que podia e, inclusivamente, fui assistir ao bailado "Lago dos Cisnes" (versão integral de 4 actos) em Covent Garden, que ainda era a catedral do bailado. É engraçado, mas ao leccionar nas aulas do antigo sexto ano, conseguia descrever tudo muito realisticamente. Quando, em 1988 fui aos Estados Unidos como bolseira, toda a gente me perguntava se eu já tinha estado em Nova Iorque, pois sabia onde ficava tudo. Era o resultado de ter ensinado o antigo sétimo ano, em que havia três ou quatro aulas sobre Nova Iorque. Com Londres foi o contrário. Primeiro vi, aprendi, e depois ensinei. Já lá estive umas quantas vezes e agora será mais uma. Depois conto como foi...

De volta

Pois é, amigos e visitantes: voltei, mas irei partir em breve. Não quis deixar de agradecer as vossas visitas. Passei oito dias no Inatel de Santa Maria da Feira, em Agosto. Depois, encontrei tanto correio que passei quase uma semana a ler, a guardar ou apagar. Férias, para quem está reformado, não são férias no sentido estrito da palavra. Só são férias na medida em que se muda de poiso e não se faz nada. Dentro de dias parto para Londres, para servir de tradutora e de cicerone a um casal amigo, que não fala inglês e sempre teve vontade de ir a Londres. Só espero que o tempo esteja bom, pois três dias são para aproveitar ao máximo... Um grande abraço para todos!

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